Brasileiros comemoram chegada ao Cairo Dakar-Cairo – A equipe Troller não ganhou nada, mas fez uma festa de campeão depois que seus carros cruzaram a alinha de chegada do Rally Dakar-Cairo, ontem, em frente às pirâmides de Quéops, Quefren e Miquerinos – cercadas de policiais montados em dromedários e oportunistas tentando alguns minutos em sua corcova.
Para os pilotos e a equipe técnica, o importante nesta primeira participação é ter completado a prova, chegando junto com a caravana à capital do Egito. Paulo Roberto Sales Rocha, chefe dos mecânicos mais conhecido como Betão, era o exemplo perfeito dessa satisfação, chorando como um bebê. Os pilotos subiam nos carros, se abraçavam…
Nem todos os quatro jipes vermelhos da fábrica cearense chegaram ao Cairo como queriam. O único desfalque foi a dupla Reinaldo Varella e Alberto Fadigatti, que sofreu um acidente na Líbia e teve de abandonar. Fadigatti saiu contundido. E Varella levou o carro pelo asfalto, apenas acompanhado. Mas ainda assim, foi mais do que se esperava, especialmente após um início conturbado, com desentendimentos táticos e técnicos.
“Montávamos o carro em um mês”, soluçava Betão, lembrando que a suspensão e os amortecedores foram colocados já em Barcelona, às vésperas do início do rali. Chegaram os carros das duplas Cacá Clauset e Amyr Klink, Arnoldo Silveira Júnior e Gabriel Galdino, Roberto Macedo e Marcos Ermíro de Moraes.
Famoso por suas expedições marítimas. Amyr gostou tanto da brincadeira que já pensa na próxima vez: “Quero voltar, más participando da montagem. Sou muito chato com detalhes técnicos e quero acompanhar o processo, não só sentar no carro e navegar”. Mário Araripe, dono da Troller, foi ver a chegada e falou com muita segurança do próximo Dakar: “Teremos uma equipe mais competitiva. Nesse, era só para chegar.”
Os atuais carros, que disputaram a categoria protótipos, deverão ser aprimorados (maior velocidade, por exemplo) e inscritos na maratona, pois passarão a ser produzidos em séria no Brasil. E haverá um novo modelo para a protótipos, com novos pilotos que terão a missão de serem os melhores novatos.
Na equipe BR Lubrax, os semelhantes eram mais serenos. Juca Bala, que saiu da prova na antepenúltima etapa com o motor de sua moto quebrado, olhava quieto os veículos chegarem. Continuando ou não na equipe, ele pretende voltar.
Kléver Kolberg conquistou o segundo lugar na categoria maratona, o que não é pouco com o carro que tem, más no fundo esperava vencer. Kléver não está muito motivado para continuar correndo em um jipe pouco competitivo. Más André Azevedo talvez tenha ficado com o gosto mais amargo na boca, perdendo o pódio no ultimo dia que é raro de acontecer, pois as etapas são sempre curtíssimas, mera formalidade.